quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Retorno



Acordei, com fome, e fui fazer um adorável miojo. E, logo ao me levantar, me sinto invadido por uma estranha sensação de melancolia.

Mais estranho que isso, a música tema do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain começa a tocar na minha cabeça, incessantemente.

Isso não é algo a se descartar...

Parece ser um tema da minha vida. Coisas pequenas. Não basta escrever um poema sobre isso, tem que ter mais. Pensei em chamar esse blog de "Coisas Pequenas", mas Caos e Música entrou na frente do pensamento, ambos discutiram, e Coisas Pequenas se contentou em esperar.

Mas Coisas Pequenas é esperto. Pode não ser o nome do blog, mas manipula, dentro de mim, uma toada enorme de sentimentos.

Quer filme que mais represente o amor pelas coisas do que esse?

Enfim... deve ser a primeira vez que uso um blog pra sua função que é mais conhecida. Sabe, aquela coisa de "Hoje me sinto assim e bla bla bla..."? Pois é. E é estranho. Mas um estranho legal.

Novamente, Coisas Pequenas me cutuca por dentro. E, como Amélie, tenho um desejo enorme de enfiar meus dedos em um enorme saco de feijão. Ou de tacar pedrinhas no rio. Ou de sentir o toque de uma mão, na minha. Talvez, de rir enquanto se chupa uma manga do jeito infantil, e não daquela forma hermeticamente esquadrinhada que uma faca produz...

Mas, esse blog é Caos e Música. A música já está na minha cabeça. E aonde estaria o caos nisso tudo?

O caos está no oposto. Quanto se perde quando Coisas Pequenas resolve agir de forma a atrapalhar? Aquela palavra a mais na frase da pessoa que você ama. Um olhar, que não dura um segundo? Aquele meio ponto a menos na sua prova. Aquele silêncio que parece uma Muralha da China, mas que não é nada mais além de nossas próprias inseguranças...

O quanto se ganha, e o quanto se perde, quando você é abraçado por Coisas Pequenas na sua vida?

Do saco de feijão até as palavras.

Das pedras ao olhar.

Do toque com passagem nos pontos pelo meio.

E mangas que brotam nas Muralhas da China do Silêncio.

Obra do senhor Coisas Pequenas.

Um comentário:

Fernando Mekaru disse...

foda! Esse eu vou roubar daqui a algum tempo!