domingo, 7 de setembro de 2008

Puro e simples.

ÓDIO


Como um enxame furioso de fagulhas, eu tenho ódio.
(Na verdade, o ódio é que me tem)
Fico aqui esperando um alento que me torne menos atento.
(O que não quero é que me olhem com desdém)
Padre, por favor, pare de me dar sermão.
(Eu não quero é me firmar com ninguém)
Pra mim, Deus não passa de uma invenção.
(Já não basta minhas mãos no pescoço de alguém)
Eu olho o rio que passa por mim
(Saia de perto, eu quero ver você morrer)
E só enxergo um abismo sem fim.
(E você acha que no fim vou sofrer?)
E o abismo sou eu.
(E no fim, o ódio é que me tem)

E (no fim) o ódio (não mais) me quer (com vida)

Um comentário:

Mente Adentro disse...

"Ao lado do cipreste branco
À esquerda da entrada do inferno
Está a fonte do esquecimento
Vou mais além,não bebo dessa água
Chego ao lago da memória
Que tem água pura e fresca
E digo aos guardiões da entrada
'Sou filho da Terra e do Céu'"