quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Como folhas no outono, eles começam a sumir...

AMIGOS

Se eu tenho amigos?
Dentro de mim, posso dizer que sim
Se eles sabem que eu os tenho?
Boa questão...
E eu acho que a resposta é não
Mas não por puro desdenho
Ou por um tormento cheio de engenho
É simplesmente porque sou um idiota

Se eu tenho amigos?
Eu quero acreditar que sim
Pensar que as risadas
Todas as noitadas
Foram realmente... enfim
Foram

Se eu tenho amigos?
Vou sorrir como uma criança
Que não perde a esperança
Se souber de sua consideração
Eu não ligo pro destino
Apenas quando ele diz "Eu te ensino"
Mas o que ele me fala
É que no fim, sempre vem a separação

Quando as palavras me faltam
Só quero me distanciar
Quando as felicidades me saltam
Penso apenas naquele som
Como uma doce sinfonia
Ah, mas como ele é bom
É o som da alegria
De responder, sem hesitar
"Sim, eu tenho amigos"

Tudo que eu queria, honestamente
É me dizer o que vem em mente
Através dessa escrita confusa
Coloco pra fora, de forma obtusa
Algo que a voz não consegue projetar
Um simples
Sincero
"Amo todos meus amigos"

2 comentários:

Unknown disse...

Amigos se vão... Novos surgem! Com várias conquistas vc se torna um amigo e que se solidifica cada vez mais, em um sorriso, em um desabafo, em um conselho, em uma preocupação, em uma gargalhada, em um abraço, compartilhando um momento e uma emoção forte, não importa a intensidade, o tempo que durou a amizade, o importante é que o que formam as amizades e as concretizam, são a lembranças boas que elas trazem e que elas deixam, e se vc faz parte das minhas lembranças vc já foi e sempre continuará sendo amigo! Amigos, vêm vão e se tornam lembranças! Quando eu lembro daquele tempo, logo penso 'Que grande amigo eu tenho!'


Primeira postagem aqui fih, tudo de bom pra ti, vc é uma grande lembrança na minha vida! =D

Bruno disse...

Muito bem escrito, Yama.

Um outro texto, que me fez lembrar bastante o seu, mas é escrito em outra perspectiva:

Meu Amigo (de Khalil Gibran)

Meu Amigo, não sou o que pareço. O que pareço é apenas uma vestimenta cuidadosamente tecida, que me protege de tuas perguntas e te protege da minha negligência.

Meu Amigo, o Eu em mim mora na casa do silêncio, e lá dentro permanecerá para sempre, despercebido, inalcançável.

Não queria que acreditasses no que digo nem confiasses no que faço – pois minhas palavras são teus próprios pensamentos em articulação e meus feitos, tuas próprias esperanças em ação.

Quando dizes: “O vento sopra do leste”, eu digo: “Sim, sopra mesmo do leste”, pois não queria que soubesses que minha mente não mora no vento, mas no mar.

Não podes compreender meus pensamentos, filhos do mar, nem eu gostaria que compreendesses. Gostaria de estar sozinho no mar.

Quando é dia contigo, meu Amigo, é noite comigo. Contudo, mesmo assim falo do meio-dia que dança sobre os montes e da sombra de púrpura que se insinua através do vale: porque não podes ouvir as canções de minhas trevas nem ver minhas asas batendo contra as estrelas – e eu prefiro que não ouças nem vejas. Gostaria de ficar a sós com a noite.

Quando ascendes a teu Céu, eu desço ao meu Inferno – mesmo então chamas-me através do abismo intransponível, “Meu Amigo, Meu Companheiro, Meu Camarada”, e eu te respondo: “Meu Amigo, Meu Companheiro, Meu Camarada” – porque não gostaria que visses meu Inferno. A chama queimaria teus olhos, e a fumaça encheria tuas narinas. E amo demais meu Inferno para querer que o visites. Prefiro ficar sozinho no Inferno.

Amas a Verdade, e a Beleza, e a Retidão. E eu, por tua causa, digo que é bom e decente amar essas coisas. Mas, no meu coração rio-me de teu amor. Mas não gostaria que visses meu riso. Gostaria de rir sozinho.

Meu Amigo, tu és bom e cauteloso e sábio. Tu és perfeito – e eu também, falo contigo sábia e cautelosamente. E, entretanto, sou louco. Porém mascaro minha loucura. Prefiro ser louco sozinho:

Meu Amigo, tu não és meu Amigo, mas como te farei compreender? Meu caminho não é o teu caminho. Contudo juntos marchamos, de mãos dadas.