domingo, 21 de setembro de 2008

(não) quero falar

SUICÍDIO

Passos largos diante de uma parede
Vozes claras que ensaiam um coral
Fotos penduradas em um grande mural
É minha vida se esvaindo, como água em uma rede
Mão que permanece vazia
Ódio em demasia
Eu vejo o teu suicídio

Me faz tremer a noção
Que minha falta de coração
Tenha feito você sofrer
E te levado ao seu fim
Não devia ser assim
Você não tinha que morrer
Ainda o vejo dentro de mim
Estranha sensação

Vou correndo
Em direção seu enterro
Entendendo
Que tudo foi meu erro
Seu tirar de vida
Que idéia descabida
Era eu quem devia
Acabar com sua agonia
E depois, terminar compreendendo
Que deveria ter sido a minha partida
Não a tua
Alma nua
O suicídio deveria ter sido meu

Um comentário:

Bruno disse...

A ausência de pontuação nos seus textos é bacana. Causa ambiguidades e deixa o texto com vários sentidos possíveis.