quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Brincando com o oculto...






SUSSURROS


Terror embalado em gritos
Sadismo
Força que distorce os fatos
Minhas mãos caleijadas
Que rasgam o véu
E criam um abismo
Nuvens que enegrecem o céu
Marcha de pessoas aleijadas

Ponho fogo nos papéis
Risadas
Chamas tão aguardadas
Sangue de crias abortadas
Eu cheiro a sua repulsa
Tua mão que me expulsa
Sou sua criação
Fui chamado pelos menestréis
Me cultuam
Em adoração

Costuro seus lábios
Pois você fala demais
É hora de ouvir
Brotando da parede
Sussurros
Sutis como murros
Maldições de demônios sábios
Fome repulsiva a surgir

Você me diverte
Teu sofrer é uma arte
Não adianta
Nada mais me espanta
Gritos
Quase que infinitos
Praguejando obscenidades
Sua mente perde as faculdades
Espelho em pedaços
Fragmentados
Em teus braços
Encrustados

Marcha fúnebre
Em meu quarto lúgubre
Empossado por névoas entristecidas
Roupas enrubrecidas
Do que era um viver
Sussurros
Quase como urros
Satisfeitos de prazer
Adentram meu pensar quebrado
E me deixam entenebrado
Doce sensação de poder

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