terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Tempo que não passa





INFÂNCIA


Papéis, terno e gravata
Nó que não desata
Por dentro não importa
Logo você fica farta
Da infância que não tem fim

Documentos, provas e pagamentos
Rios de enfrentamentos
Ainda olho pela janela
E não enxergo nenhuma mazela
Na infância que não tem fim

Notas, cheques e resultados
Pensamentos não apagados
Tudo pra mim é tão grande
E o mundo quer que eu ande
Dessa infância que não tem fim

Mais, menos e mais
Sinto medo demais
Parece que nunca vou crescer
Algum dia alguém vai entender
A minha infância que não tem fim

Sou um adulto disfuncional
Nem um pouco racional
Desfunciono a adultice
E apego a minha criancice
Enquanto cumpro minha função
De ser mais um cidadão

De grande não tenho nada
Veja além dessa camada
Mas, não olhe muito
Se, o seu intuito
For apenas uma histeria
Tirar da minha fantasia

Olhe bem pra mim
Minha infância... não tem fim

Nenhum comentário: