domingo, 15 de março de 2009

Momento raro




ENTREGA


Diante de minha barreira
Luz de um candelabro
Eu me abro
Ignoro minha cegueira
Faço o impossível
O infazível
Que é o fazível inventado
Meu caos interno apartado
Inventando em cima
De algo já criado

Choro não por faltar um riso
Mas por receio
Veja que eu friso
Peço o que anseio
Um momento de paz e sossego
Envolvido por seu apego

Não é algo de tanto valor
Vale menos de um centavo
Mas com ele sinto tanta dor
Pra dentro eu escavo
Só queria um cantinho
Bem quentinho
Aonde você pudesse chegar
E quisesse ficar
E quisesse...

Agora que já fiz a entrega
Não tem volta
Um segundo
E pronto
Sinta minha revolta
Minha fúria que lhe prega
Por bagunçar o meu mundo
Tonto

Se for jogar fora
Pra sair mundo afora
Deixe uma nota pregada
Feito uma pegada
De que alguém segurou
Tal coisa tão inválida
Sabendo que não se importou

Na nota por favor
Escreva de forma direta
"Não quis este bem imprestável
Me causou muita aflição
Tentei de forma imensurável
Apaziguar este coração
Mas por dentro ele é tormento
E não suporto mais tanto lamento
Para aquele que ousar
Ter a audácia de o segurar
Fica aqui um aviso
Seu mal é sentimental
Farpas de um jeito preciso
Cuidado é fundamental
Ao manusear esta peça
Por menor que ela meça"

Um comentário:

Anônimo disse...

Foi o melhor presente que já ganheir na vida! Engraçado como o seu medo é o mesmo que o meu! E ficamos os dois, com medo um do outro, da partida! Sendo que a cada dia que passa estamos mais juntos ainda! TE AMO MAIS QUE MUITO! Podexá que vô cuida que nem cuido de você tá! =.D