Há 10 anos
terça-feira, 3 de março de 2009
Confortavelmente anestesiado
OLHAR
Grandiosamente falando do meu olhar para a parede
Sensação de importância decrescente
Preso em uma rede
Desminto constantemente o meu eu
Meu juíz interno apenas nega minhas acusações
E me manda para uma prisão própria
Meus cadernos de poesias, rasgados, entulhados em um canto
Meus lápis quebrados
Minhas mãos, atadas
Sono...
Apatia decorrente de uma estranheza
E grandiosamente falo de meu olhar para a parede
Como uma fagulha de esperança
O último ramo de uma árvore em estado terminal
Não se mova
Esqueça das sensações do vento em seu rosto
Existe apenas um espaço entre mim e você
Que nunca será preenchido
Um vão de sonhos e idéias
De promessas e valores
Aonde trafega um rio de incertezas
E eu vejo isso tudo
Sem nenhuma grandiosidade
Apenas com o olhar fixo na parede
Despedaçada e cheia de buracos
Esperando ver uma ponta do sol
Mas ele não vem
Não agora
E nem jamais...
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