sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Desdizendo






GATOS NO TELHADO



Andar cuidadoso
Quase que pesaroso
Não pise em falso
Cuidado
Se cair
Não darei conta do recado

Almofadinhas nas patas
Olhar atento e vigilante
Sensações inatas
E então um caminhar saltitante

Sente-se numa savana
Uma selva toda urbana
Explorador de atitude
Como um bandeirante
Segue seu rompante
Abrindo caminho
Mas sempre sozinho

Agora
Quase lá
Vamos sem demora
Olhe para cima
Quase pode alcançar
O Sol que intima
Todo o seu explorar

Tão longe e intocável
Um mal imperdoável
Este gato sonhador
Com jeito de filhote
Um grande apanhador
Acham que é fracote
Estranham
Mas não passa de fricote

Adeus céu azul
Agora vou para o Sul
Esse é o sentimento
No miado frágil
Entoado sem ressentimento
Pois ele é ágil
Sabe que é hora
De ir embora

Logo a Lua aparece
E o felino faz uma prece
Em seu pensar felinesco
Clama por tranquilidade
E um chão que seja bem fresco
Uma mão que acaricie
E que aprecie
Um motor que não desliga
Quando afague sua barriga

Então acordo
Com inveja dando pontadas
Alegrias não cantadas
Gato enroscado no coração
Querendo um telhado
Para olhar a Lua
Mas que decepção
Nem tenho pelo malhado
E não vivo na rua

Tenho que resolver
Essa minha atração lunar
Não quero ver crescer
Essa angústia laminar

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