terça-feira, 5 de julho de 2011

Achados do Armário (literalmente)



Um pequeno pedaço de papel encontrado numa gaveta, com um escrito bem antigo. Melhor imortalizar ele aqui antes que suma... não tem nome. Apenas letras.

Há beleza
Na tristeza
Onde a mente há de voar
Há beleza
Na tristeza
Quando tendo a chorar
Lágrimas como um vale
Não preciso que me fale
De uma vida de dissabor
De existir só em dor
Ó meu Senhor...

O agora é impossível
Pois o ontem não me permite
E vivendo sempre devendo
Pra um amanhã que insiste
Em me ludibriar
Uma musca do que buscar
Completar no que eu falto
Minha percepção em salto
Pra encontrar o meu valor
Ó meu Senhor...

Porém o que realmente busco
É como a Ti encontrar
Mas para que isso aconteça
Quanto devo trabalhar!
Pois olho para meu dia
Nem o sol traz harmonia
E quando chega a noite
Altas doses de anestesia
Buscando esquecer
Meu vazio interior
Ó meu Senhor...

Mas é nesse vazio
Que Tu se manifesta
Como as águas de um rio
Que preenchem uma fresta
De uma rocha no teu cursar
E por ti, meu grande Deus
Tudo quero abandonar
Troco momentos infinitos
De incerteza e inquietude
Por um segundo, um segundo
De tua infinitude
Um pequeno momento eterno
De tua plena plenitude

E mesmo que logo morra
Morrerei em paz
E minha lápide dirá "Aqui jaz
Um alguém que encontrou o amor
Pois ele encontrou a Ti,
Ó meu Senhor..."

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