quarta-feira, 9 de março de 2011

Disto sempre sou acusado



CRIME

Minha vida é um crime
Uma contravenção penal diária
Penalizo a minha vida criminosa
Dia-a-dia de dor hilária
Minha voz temerosa
O claustro é meu regime

Não sabe a falha que cometera
Ao estender sua mão
Será em vão
Pássaros a debandar
Fogem para além da queimada
Sua face inconformada
Me diz além do falar

Se Deus semeia a Terra
É buscando frutos colher
Mas uma árvore que não se enterra
Nada pode oferecer
E se nem o nascer ela imprime
O veredito é dado
Seu viver é um crime

Entre tanto sofismo
Curvas de dizer doentio
Queria dizer só que temo
Acordar e estar vazio
Sem raízes para me firmar
Vivendo um novo crime
De viver pra lamentar

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