sábado, 18 de outubro de 2008

Hoje é dia de...




... postar mais uma foto e falar mais baboseira.

Eu não sei qual minha fascinação com suicídio e com a morte. Não é o simples fato de ter desejado que os corvos pousassem sobre meus ombros várias vezes... não. É algo mais.

A própria morte é algo que pouco se fala. Seja a causada por livre e espontânea vontade, ou seja a que se tem que enfrentar devido o curso natural da vida.

Fala-se pouco de morte, mas fala-se muito de vida, de qualidade de vida, de curtir a vida, de preservar a vida...

Mas creio ser impossível ter uma vida decente se você a passa evitando o final.

Se vivemos, se realizamos feitos, se nos motivamos a agir, a criar, a destruir, a pensar... é porque vamos morrer. É porque somos finitos. No fim, a morte é o motor propulsor de todos os seres humanos: faz-se porque um dia deixará de fazer.

Se fôssemos infinitos, não teríamos que nos preocupar com quando iríamos realizar alguma ação. Mas, não somos.

Quando se fala de morte, fala-se de vida. Como será o nosso funeral? Como será a notícia de que morremos? Quem irá ouvi-la? Como será ouvida?

As respostas destas perguntas falarão basicamente da vida. E não da morte.

Se falar de morte é difícil, falar de suicídio torna-se impossível. Pois o suicídio envolve uma série de sentimentos deixados naqueles que ficaram. Culpa. Incompreensão. Raiva. Impotência.

Mas, quando se fala de suicídio, também se fala de vida. Teríamos uma carta de suicídio? Como seria? A quem seria destinada? Como seriam nossas palavras? Como seria nossa morte? E porque iríamos desejar morrer? O que nos moveria a cometer tal ato?

Perguntas cujas respostas sempre falarão de vida.

Talvez meu fascínio por tais temas seja justamente por ser algo que faz parte do não-dito. Me sinto vivendo um livro de Harry Potter. Aquilo-que-não-deve-ser-nomeado.

E é inerente a mim o desejo de questionar e rasgar todas as convenções possíveis.

Talvez, em minha carta de suicídio, eu escreva sobre isso.

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