domingo, 9 de janeiro de 2011

EU QUESTIONO

Eu questiono
A pálida face do luar
Questiono também o amar
Carregado de pedras
Jogadas dentro do mar

Eu questiono
O suspiro apaixonado
Um olhar que me é jogado
Em nome de um receio
Quanto medo instigado

Eu questiono
Meu talento para a intriga
Quanta dor que te castiga
Para ter o meu abraço
Entoando a mesma cantiga

Eu questiono
Porque tanto questionar
Mas questiono sem falta
Porque tanto se incomodar
Com meu pensar em voz alta

domingo, 2 de janeiro de 2011

Simples



QUANDO FALO POR FALAR


Meu mundo interno
É escasso de imagens
Gritos de uma névoa de inverno
Palavras e mais palavras
Meu eu e suas chantagens

Ao passo que insisto
Por leves etiquetas
Há muito eu não resisto
Devia usar plaquetas
Exprimindo meu pesar
A busca de um falar
Ter ordem nas gavetas
Tão cheias
Idéias sem expressar

Uma mão invisível
Em forma de anedota
Meu medo mais sensível
Rasgado
sou um grande idiota
Eu realmente creio
Que faço algo que valha
Mas tudo é um mero anseio
De ligar minha alma falha

Ligue os pontos e faça
Um desenho que se embaça
Papéis em meio a traça
Nada com conexão
Num mundo sem amigo
Faço comigo a comunhão
E do meu desejo me desligo
Falar apenas por falar
Sozinho na multidão