quarta-feira, 5 de novembro de 2008

E agora, falar sobre o...

NÃO FALAR

É. Quando não se tem o que falar. O que se fala na ausência de palavras?

Eu sinto que existe uma força que me impulsiona a escrever. É com um fogo interno. Mas o que não é agradável, é que pra alimentar esse fogo, o combustível sou eu mesmo.

Minhas decepções, minhas lamúrias, minhas incertezas, meus medos, minhas tristezas... e nenhuma luz de alegria. Só me sinto capaz de escrever algo que ache remotamente decente quando estou assim.

Mais alguém sente isso?

Espero, honestamente, que sejam poucos. Porque é uma droga. Você sente que só consegue colocar ordens nas palavras quando elas estão desordenadas dentro de si.

É como se todos esses sentimentos negativos fossem argila, e ela fosse pesando dentro de você, até que você decide dar uma forma nessa massa primordial. E a forma sempre tem a ver com alguma porcaria de imagem ruim que você tem guardada na cabeça.

Não que me considere um escritor, um poeta, um algo... mas, será que o que define um criador de arte é a capacidade de se desconectar de si mesmo na hora de escrever? Eu sinto essa necessidade. Tudo que produzo é tirado de dentro de mim, e sai com minha forma. Sinto que escrevi coisas mais ou menos próximas de mim, mas nunca distantes.

Ou será que, na verdade, é isso que define?

Eu não sei... e não tenho pretensões de dizer que sei. E nem de ser considerado um criador de algo.

Eu só escrevo. Só isso.

E atualmente, não me faltam sensações ruins. Me faltam palavras ruins para descrevê-las.

Preciso, quem sabe, de um novo dicionário...

Um comentário:

“X” disse...

Seria a arte de se desconectar do mundo ou a arte de mostrar uma parte do labirinto da sua mente?

Será que não é os dois?

Não sei a resposta...


Em todo texto existe uma fagulha do autor, do texto mais alegre ao mais triste.