
CACOS
Ando descalço por cacos
E gosto do barulho
Uma sensação gostosa de quebrar
Dor é para os fracos
Intacto
Neste espaço compacto
Está o que preciso
Espelhos infinitos
Criados por mãos humanas
Homens brincando de divino
Meus olhos ficam esquisitos
Mas passa
O susto de menino
Minhas pegadas marcam
Como palavras ao relento
Embora tenha aqueles que olham
Só ouço o farfalhar do vento
Solidão
Me faz companhia
E se sente só
Com os cacos monto quadros
Imaginários
Tenho várias imagens
Para agradar os ordinários
Bastardos mentirosos
Cuspo em todos
E rio dos olhares raivosos
Cansa-me caminhar pelos cacos
Mas não tenho escolha
Pra poesia falta-me folha
Compor o fim da melodia
Mas se o papel a vida não fornece
Vidro ela dá em demasia
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