domingo, 29 de novembro de 2009

Sombreada por folhas gigantes
Assobios cantarolantes
Tu vens até meu recanto
Invade
Sopro divino
O Criador em um momento
Chamado de vento

Bagunçando as folhas
Movendo os teus cachos
E brincando com os panos
Teu lugar não é aqui

Um vendaval
Criação de uma angústia
Cores fibrilantes do carnaval
Em uma mente inconstante
Que quer constar em um instante

Não temo o vendaval
Nem tua inconstância
Temo os trovões
No meio da ventania
Pois retiram as cores
E acabam com a alegria

Mas como tua própria essência
Tendes a passar
Mesmo que lamentes
Fugindo de se amar

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um movimento brusco e tudo fica borrado


NANQUIM


Foi-se o tempo da certeza
Da espera de um lugar
Um recanto da tristeza
Uma vida sem luar

Com teus traços rudes
Marca teu território
Com papel espera que mudes
Que me retire do purgatório

Mas um passo em falso
E pronto
O tinteiro derramado
Marcas de nanquim no papel
O dia ensolarado
Enegreceu
O passado que você não esqueceu

Me faltam folhas
Para recomeçar a história
Queria apagar da memória
O desenho em preto e branco
E colocar talvez
Uma luz de sensatez
Em tons de amarelo-ouro

Caligrafia artística
Bote o teu nome no canto
E não espere algum espanto
Se ele já estiver por lá
Sensação mística
De que um milagre aconteceu
O branco entrou no preto
E o ouro se intrometeu

Com esta carta negra de tinta
Espero que enfim tu me sinta